A atriz, que sofre de polimialgia, tomou a droga durante quatro anos: 'Para poder atuar, usava a substância injetável. É uma droga poderosíssima', diz.

Os 50 anos de carreira de Betty Faria
não poderiam ser melhor festejados. A atriz, de 72 anos, que estava
afastada das novelas da Globo há quatro anos desde “Duas Caras”, voltou
ao ar na bem-sucedida “Avenida Brasil” como a excêntrica Pilar e comemora a vitória de uma luta: o fim do vício em cortisona.
Betty passou a fazer uso da substância sob a forma de comprimido e
injeção quando descobriu que sofria de polimialgia - uma doença que
provoca rigidez nas articulações e que interrompe os movimentos do corpo
- durante sua atuação em “Duas Caras”. A cortisona era o único remédio
que acabava com as tremendas dores que sentia e também a solução para
ela continuar atuando no espetáculo Shirley Valentine. “Eu descobri que
estava viciada em cortisona, que é uma droga poderosíssima. Ninguém
conseguia me dar uma cura, um alívio. Sentia muitas dores. A tendência
da doença é a morte, você se encolhe com a dor. Tomava uma injeção de
cortisona e a vida voltava a sorrir. Era o efeito da droga! No começo a
injeção fazia efeito de 25 em 25 dias, depois de 15 em 15, 10 em 10...
Até que diminuiu a eficácia e a dor voltava em uma semana, mesmo com a
injeção.”
Na luta pela diminuição da dor, ela chegou a tomar um remédio para o
câncer, prescrito de forma errônea por uma médica. “Os remédios estão
lá, guardados na minha geladeira, para serem doados. Não eram para mim”.
Betty, que é budista, procurou também ajuda com o médium João de Deus,
que realiza cirurgias espirituais em Goiânia. “Ele me abençoou”, lembra.
Mas foi sua decisão corajosa de se livrar por conta própria da
cortisona que a libertou dos efeitos colaterais do remédio. “A cortisona
te incha. Meu rosto ficou um moon face. Estava igual ao papo
do sapo-cururu. Vivia fazendo dieta com chá verde, diuréticos naturais,
tudo para brigar com o inchaço. Porque velha, tudo bem. Mas gorda, não!”